Blog do Henrique Fontes

Dedico esse espaço a relatos sobre minhas andanças cobrindo e produzindo concursos, outras paixões, como o futebol e o esporte em geral, ou quaisquer outros tópicos que me venham a cabeça. Espero que curta.

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Local: São Paulo, São Paulo, Brazil

29.9.06

Miss Mundo 2006: fotos das candidatas

Seguem abaixo alguns links no GB das fotos que tirei das candidatas até o momento:

http://www.globalbeauties.com/world/2006/w06_news_l.htm

http://www.globalbeauties.com/world/2006/w06_news_inter.htm

http://www.globalbeauties.com/world/2006/w06_news_929.htm

http://www.globalbeauties.com/world/2006/w06_news_china.htm

A hora do adeus: como se sente uma miss na hora da despedida?


Estáva sentado no hall do hotel de papo com duas lendas vivas do "mundo miss": Osmel Souza, o venezuelano que por tanto tempo ditou moda nos concursos internacionais e conquistou dezenas de títulos para o seu país, e Lupita Jones, mexicana vencedora do Miss Universo em 1991 que faz uma década envia candidatas do México ao Miss Mundo e ao Miss Universo.

Enquanto conversávamos passou por nós Unnur Birna, a Miss Mundo 2005. Falei com ela rapidamente e a linda islandesa seguiu seu caminho, com seus chinelinhos, sem faixa nem coroa, sem chamar muito a atenção dos seguidores de concursos, agora mais interessados em quem será a sua sucessora.

Perguntei a Lupita como ela havia se sentido nos últimos dias do seu reinado. Me comentou que foi realmente traumático. Ela se deu conta que deixaria de ser Miss Universo quando estava gravando seu speech de despedida, um dia antes da final do Miss Universo 92, na Tailândia. Caiu a ficha e ela começou a chorar como uma louca, precisou tomar um calmante.

No dia seguinte coroou Michelle McLean da Namíbia e percebeu que de uma vez ela deixara de ser o centro das atenções, a preferida dos fotógrafos e jornalistas. Na porta do teatro onde aconteceu o concurso um carro a esperava com um motorista. Logo atrás outro carro esperava Michelle. Choviam flashes sobre a nova Miss Universo, que ainda abanou para Lupita sorrindo para se despidir: "Bye Lupita, take care and good luck!".

Até a sua "chaperona" não estava mais com ela, e sim com a nova Miss Universo. Entrou no carro, voltou para o hotel e chorou mais.

Segundo Lupita muitas de suas Misses México entratam em depressão na hora da despedida. O mesmo confirmou Osmel, do cuidado que devemos ter com as misses que se despedem do título. Várias delas acabam seguindo carreiras como modelo ou atriz, outras simplesmente se formam, se casam, tê filhos. Ou seja, a vida segue. O problema é o momento em que o capítulo "miss" se encerra.

Rainha posta, rainha morta.

27.9.06

Misses e o reencontro com seus familiares


A cada dia chegam mais familiares e diretores nacionais à Varsóvia. Eles ficam ansiosamente aguardando a chegada das candidatas após mais um dia de ensaios e compromissos oficiais. Voltando da Embaixada da China ontem elas chegaram arrumadas, com seus melhores vestidos e penteados. É sempre emocionante presenciar a alegria nos rostos de algumas ao encontrar com seus pais, irmão se avós após quase um mês longe de casa.

Jane chegou de braços dados com a Miss Cingapura. Aliás, que linda esta candidata asiática! Com grande olhos cor de mel e cabelos castanhos claros, a Miss Cingapura é daquelas misturas exóticas que deram certo. Foi extremamente agradável e espera poder surpreender e colocar Cingapura entre as finalistas do Miss Mundo depois de 30 anos.

Depois de Cingapura Jane me convidou para conhecer a Miss Panamá, amiga do Ed, meu sócio no Global Beauties que mora naquele país da América Central. Giselle foi muito simpática mas estava visivelmente cansada. Logo subiu para descansar.

Conheci a Miss Bolívia, quem estava curtindo a presença do irmão que acabara de chegar. Foi então que a Miss Índia veio novamente me cumprimentar. Sempre amável, com seu sorriso cativante e hoje ainda mais bonita em um belíssimo vestido negro. Tiramos algumas fotos.

Também tive contato com outras favoritas, como Venezuela e Martinica. A mexicana estava muito sexy, com ares de Jinnifer Aniston e esbanjando simpatia!

A ilha de Guadeloupe, provincia ultramarina da França que participa do concurso este ano pela primeira vez, tem uma das maiores comitivas por aqui: pelo menos umas 8 pessoas!

Ao longe notei passando a Miss Etiópia, com o seu nariz grande e penteado (ou falta de) exótico. Sem dúvida é a mais estilosa do concurso, não é uma beleza clássica, mas é classuda e chama a atenção por ser diferente.

Entre as belezas clássicas, hoje entendi porque a Miss República Tcheca é uma das favoritas. É uma loirinha de traços realmente perfeitos, parece uma boneca.

Ficamos apenas uns 20 minutos no hall do hotel, o dia seguinte seria recheado de ensaios para elas. Jane continua confiante e cheia de energia, é impressionante. Agora faltam apenas 3 dias.

Viagem no tempo: ontem foi dia de visitar Cracóvia

Cracóvia. Cidade milenar que já foi capital da Polônia e até mesmo uma república durante alguns anos do século XIX. Foi lá que nasceu Karol Wojtyla, o papa João Paulo II. Cracóvia é uma museu a céu aberto que deveria ser visitado por todos pelo menos uma vez na vida, ali respira-se história.

Tomei o trem às 9 da manhã depois de muito sacrifício para comprar a passagem e descobrir a plataforma (tinha apenas 10 minutos e mais uma vez ninguém falava inglês). A viagem demorou um pouco mais do que as 2,5 horas previstas. Cheguei à Cracóvia ao meio-dia e meia e antes de começar a explorá-la precisava encher o estômago que andava roncando sem o café da manhã.

Entrei em uma taberna que logo descobri tratar-se de um restaurante georgiano (da República da Geórgia). Vi a foto de um prato interessante: frango temperado, arroz, um molho vermelho, batatas temperadas e saladas. A garçonete falava inglês, algo mais comum em Cracóvia por tratar-se de um ponto de grande interesse turístico. Pedi que ela removesse do prato tudo o que tivesse cebola (quem me conhece sabe da minha aversão à "inimiga"). Depois de alguns momentos chegou o prato: sobraram apenas filé de frango com fritas!

É um desespero para mim, aqui tudo é regado a cebolas... O frango estava gostoso, pelo menos.

Ao sair do restaurante caminhei uma quadra e caí no centro histórico de Cracóvia, mais especificamente no fabuloso Rynek Glówny square, ponto de encontro de turistas, jóvens, velhos, e local onde está localizada a impressionante Igreja da Virgem Maria, onde encontram-se inúmeras obras de artes e esculturas de tirar o fôlego. Seria preciso todo um dia para se explorar todas as belezas desta catedral que já foi palco da coroação de tantos monarcas nos tempos medievais.

Muitas outras são as construções que datam os tempos medievais. Dalí entrei em um emanherado de ruas, muros, castelos e jardins, tudo extremamente bem preservado e enchendo os olhos de seus visitantes e residentes. Caminhei durante umas 5 horas e tenho certeza que infelizmente a minha visita a Cracóvia não passou de uma pincelada a tudo que ela oferece.

Algo que me impressionou não somente em Cracóvia, mas em toda a Polônia, é como a religião católica sobreviveu ao Comunismo. Até onde eu saiba a igreja e o regime comunista são inimigos mortais, tanto que o Papa João Paulo II é considerado uma das figuras mais importantes na queda do comunismo na Polônia. Aqui as igrejas são inúmeras e o número de católicos praticantes está entre os mais significativos do planeta (75%).

De volta ao trem, de volta a Varsóvia. No caminho, enquanto havia luz, pude constatar também que a Polônia é um país altamente rural (na vinda eu fui cochilando). 35% da população reside no campo, número que chega a chocar em comparação com a média de 2 a 3% nos demais países europeus. Pela janela do trem vi diversas casinhas e plantações, até o sol se por.

Cheguei ao hotel e havia um recado: perdi uma recepção para candidatas e diretores nacionais na Embaixada da China. Por um lado fiquei triste, mas por outro a visita a Cracóvia valeu mais a pena. Em poucos minutos saí para o Polonia Palace para mais uma vez aguardar as misses.

Uma breve explicação sobre as flores de Varsóvia

Após ler os meus textos sobre Varsóvia minha mãe fez algumas observações interessantes sobre as flores na cidade, que eu agora divido com vocês:

"Quanto às flores, existe uma explicação. Normalmente os filmes de "época" que assistimos são filmados durante o inverno, justamente para passar esta impressão de "cinza", o que reforça a idéia de opressão, de sofrimento. Não lembro de nenhum filme de campo de concentração na Polônia durante o verão. Apenas as cenas de libertação. Faz parte da linguagem cinematográfica: verde = vida, esperança.

Todos os países localizados no hemisfério norte, que enfrentam seis meses de frio, têm esta característica : as pessoas esperam a primavera ansiosamente para começarem a plantar suas flores e terem "vida" em volta delas outra vez. Quando chega o outono, esvaziam as floreiras, vasos, lavam e guardam.


É da natureza humana não valorizar aquilo que é fácil. Nos países tropicais as pessoas nem ligam para as flôres. Estão lá o tempo todo, ninguém nem se dá mais conta de sua presença. Mas quando não se tem, valoriza-se imensamente quando recupera-se o "perdido".

Na Alemanha fiquei impressionada com a quantidade de flôres, jardins, pessoas comprando e comprando flôres, plantando todos os dias na primavera para poder curtir no verão. E mais 15 dias e tudo isto será apenas lembrança...até abril do próximo ano."


26.9.06

Misses - A primeira impressão

Quase meia-noite, saguão do Polonia Palace Hotel. As candidatas ao título de Miss Mundo deveriam ter chegado da última rotina de ensaios do dia às 22 horas, mas foi somente sob as badaladas da meia-noite que aquela avalanche de cinderelas prestes a se tornarem abóboras voltou para "casa".

Se a maioria parecia estar saindo de um enterro, com o cansaço estampado no rosto e carregando os sapatos de salto alto, algumas poucas chegaram animadas e cheias de energia, como a nossa Jane (esta é o verdadeiro coelhinho da Energizer!). Me abraçou e perguntou quem eu queria conhecer. Respondi que "quem estivesse menos mal humorada", e la foi ela, puxar a Miss Índia pelo braço.

A Índia é um país que nos últimos 15 anos tem mandado algumas das mais belas e bem preparadas candidatas ao Miss Mundo, tendo inclusive vencido 4 vezes neste curto período de tempo. No entanto, esta é, ao meu ver, uma das mais lindas indianas de todos os tempos. Tem um parecido à atriz Rosario Dawson no papel da exótica esposa de Alexandre no filme "Alexandre, o Grande". Seus olhos grandes e largo sorriso dizem mais que suas palavras, e isso que a moça fala bem! Fascinante.

Também conversei com a Miss Austrália, Sabrina. Sósia da apresentadora Luciana Gimenez, a australiana filha de pai libanês e mãe indiana é outra grande favorita ao título, possuindo uma beleza única e muito porte e educação. É comunicativa, naturalmente simpática e muito carismática.

A Miss Líbano é outra que chama atenção pela beleza, porém é apagadinha de personalidade. Bom, tendo em vista o que o seu país vem sofrendo, não podemos culpá-la pela falta de entusiasmo.

Já Angola, que se chama Stiviandra em homenagem ao cantor Steve Wonder, confirma ser a mega favorita no continente africano. É interessante que ela não tem noção do seu favoritismo e também demonstrou tremenda falta de confiança. Foi bacana ver a Jane dando uma força para ela: "Viu como você é favorita?? Olha, mas se você ganhar e não quiser o título, eu quero viu?? Você pode me dar a coroa e a faixa!", dizia a nossa miss enquanto a angolana gargalhava.

Das latinas bati um papo rápido com a Miss Costa Rica, quem a princípio, confesso, não sabia se se tratava da Miss República Dominicana, El Salvador, Perú ou Costa Rica, todas muito semelhantes.

Enquanto conversava com as amigas da Jane, observava quem passava por trás. A Miss Romênia é uma mulher de uma sensualidade incrível. Altíssima, com pernas longas e bem torneadas, passos firmes. Seu rosto é mais bonito ao vivo que em fotos. A espanhola também é linda, com ares de top model. Gostei da Miss Martinica, uma verdadeira rainha de ébano pela beleza e classe. Leva no rosto aquele sorrisinho de quem diz: "Eu sei que eu posso!".

Conversei durante muito tempo com a simpática Anne, a mãe da Miss Irlanda do Norte, vencedora da prova de talento que com isso garantiu vaga na semifinal. Ela me dizia: "Eu tiro o chapéu para as chaperonas e membros da organização! Cuidar de 1 menina nesta idade já é um desafio para qualquer mãe, imagine cuidar de 104, durante um mês, falando línguas diferentes e competindo entre si! Dear Lord!".

A filha dela, por sinal, é uma graça. Uma loirinha estilo "girl-next-door" que não chega a parar o trânsito, mas chama a atenção pela beleza suave e aparente doçura.

E não posso deixar de comentar a nossa Jane, sempre elétrica, atenciosa com todos, visivelmente querida por muitos. Vamos ver até onde ela chegará. Confiança, beleza e carisma não lhe faltam. É esperar para ver...

25.9.06

Varsóvia em imagens

Já que este blog não tem permitido publicação de fotos, disponibilizo aqui um link onde algumas delas poderão ser vistas:

http://www.flickr.com/photos/40911582@N00/?saved=1

Varsóvia e suas muitas cores

Quando eu chego a uma cidade ou país pela primeira vez tenho um pequeno ritual: gosto de sair do hotel, escolher uma direção e caminhar, sem mapas, sem informações sobre pontos turísticos, sem idéia de onde eu vou parar. E foi isso que eu fiz neste sábado, fui conhecer Varsóvia sem muita idéia de onde estava indo.

Saí do hotel e virei a direita. Caminhei vários quarteirões até chegar a um prédio monumental, que pelo que entendi tratava-se do Palácio do Governo. Segui em frente e poucos quarteirões mais tarde estava na parte antiga da cidade, o centro histórico de Varsóvia.

Me lembro de ter lido em algum lugar que Varsóvia foi totalmente destruída durante a Segunda Guerra Mundial e que os edifícios antigos haviam sido reconstruidos posteriormente cm perfeição. De fato entrar nesta área da cidade é como voltar no tempo, uma vez que a arquitetura é antiga, porém tudo é extremamente bem conservado.

Havia um festival de música (rock polonês acho, uma merda!) muitos turistas, os diversos cafés e restaurantes transbordando de gente. Algo que me chama a atenção nesta bela cidade é a quantidade de flores em todas as partes, seja em canteiros e varandas nas residências, jardins bem cuidados nas ruas ou nos diversos parques da cidade.

As pessoas da minha geração, ou seja, dos 30 e poucos anos, aprenderam na escola que o mundo do outro lado da extinta cortina de ferro era um mundo acizentado, triste, pra lá de deprimente. Talvez a Polônia tenha sido assim um dia, mas pelo menos na superfície, parece ter superado o trauma de um passado de repressão e falta de liberdade. A Polônia de hoje tem muitas cores.

E segui caminhando pelas belas ruas de um pedaço da cidade que guarda tanta história e que foi testemunha e até vítima de tantas mudanças em um tempo relativamente tão curto.

Na Polônia de hoje parece que toda família tem um ou vários cachorros, de diversas raças e tamanhos. Na Polônia de hoje as velhinhas gostam de tingir o cabelo de cor-de-rosa, de vermelho, azul ou verde. É sério. Tirei fotos de algumas (a de cabelo cor-de-rosa e a de cabelo vermelho. A de cabelo azul não gostou de ver a minha câmera apontada para ela).

Gostei do que vi. Posso dizer que não esperava muito de Varsóvia, mas a cidade está me supreendendo positivamente. E viva as velhinhas de cabelos coloridos!

23.9.06

Por fim, na terra de Chopin!

Foram 28 horas de viagem, se não me engano. Só em São Paulo a espera foi de 6 horas. São Paulo-Milão foram outras 10 horas sentado ao lado de um senhor que cada vez que abria a boca, fosse para falar com a mulher ou bocejar, me dava a impressão de que haviam aberto um túmulo com um corpo em decomposição avançada. Eu chegava a ser acordado por aquele fedor inexplicável, nada agradável.

A “sicurezza” em Milão, por medo de atentados terroristas, causa filas imensas mesmo para passageiros em trânsito: todos os pertences de cada passageiro são meticulosamente averiguados. Ainda assim sobrou um tempinho para passear pelas lojas do aeroporto da capital mundial da moda. Realmente a qualidade e bom gosto das roupas italianas são imbátiveis. Infelizmente os altos preços também. As lojas de artigos de futebol e da Ferrari são uma perdição para quem gosta. Tive que me esforçar para não tirar a carteira que coçava no bolso.

O vôo Milão-Varsóvia é, além de rápido (2 horas), belíssimo em termos de paisagem. Pode-se ver muito dos Alpes em detalhes, algo realmente fantástico. Chegando a Varsóvia, enfrentei uma pequena fila de imigração. A maioria dos passageiros era poloneses ou residentes em países da Comunidade Européia. Os “não europeus” eram um indiano, três africanos, uma família muçulmana, três brasileiros que também irão assistir o concurso (para minha surpresa!) e eu.

Como troquei dinheiro antes de entrar na fila, perdi os brasileiros de vista. Já os africanos, muçulmanos e o indiano demoravam muito com os oficiais de imigração. Os negros então, nem se fala! Tiveram que mostrar documentos que comprovassem onde trabalhavam e mais uma série de papéis. Detalhe: os africanos foram os únicos passageiros que vi na primeira classe do avião! Me assustei e me preparei para o meu interrogatório.

Quando finalmente chegou a minha vez, fui recebido com um simpático “good morrrrning”, o oficial olhou meu passaporte, carimbou e me liberou: “Enjoy Poland!”.

Por um lado me senti aliviado, por outro triste por constatar a discriminação que algumas raças e religiões ainda sofrem em tantos países. Não importa se a pessoa é rica, bem sucedida ou simplesmente “do bem”, a cor da pele ainda é o que mais pesa na hora de se decidir quem entra em quem fica de fora... É realmente lamentável.

As malas demoraram um pouco a serem liberadas, mas a minha foi a primeira a aparecer (milagre!) e logo estava pronto para tomar um táxi em direção ao hotel. Fui muito bem atendido no centro de informações turísticas e logo estava a caminho do Ibis.

O aeroporto de Varsóvia fica próximo à cidade, 15 quilômetros segundo o motorista que me garantiu ter aprendido inglês nas idas e vindas do aeroporto. A avenida que nos leva até a capital polonesa é ampla, sem buracos e arborizada. Sem dúvida causa uma melhor impressão do que quem chega ao Galeão ou Cumbica.
Já instalado no hotel, um pequeno problema: as tomadas polonesas! De que adianta ter acesso à internet e não poder recarregar a bateria do meu notebook? Me informei onde poderia encontrar um adaptador e resolvi caminhar até o shopping Arcadea. O tal shopping ficava mais longe do que eu imaginava e acabei me perdendo. E para encontrar alguém que falasse inglês no caminho?? Missão impossível!

Duas jovens entenderam “Arcadea” no que eu perguntei como chegar e tentaram me indicar como chegar em polonês. Quando viram que eu não estava entendendo nada, uma delas me puxou pelo braço e caminhou pelo menos 1 quilômetro comigo até poder me mostrar onde estava o shopping. O engraçado é que foi o caminho todo falando comigo em polonês, sem se importar se eu estava entendendo ou não. De qualquer forma fiquei muito impressionado com a presteza e simpatia dos poloneses.

Nesta caminhada pude ver um pouco da cidade, que é muito bonita. Contrastam prédios modernos com aqueles blocos residenciais que eram comuns nos países comunistas. As ruas são limpas, arborizadas, muitas pessoas têm a bicicleta como meio de transporte. É impossível não imaginar que esta mesma cidade foi devastada na Segunda Guerra Mundial e depois tornou-se um dos principais centros do regime comunista no Leste Europeu. Ainda encontra-se em transição, mas é incrível como em apenas 17 anos Varsóvia transformou-se no que é hoje. Definitivamente não deve muito às principais metrópolis do mundo ocidental.

No tal shopping Arcadea consegui encontrar o adaptador facilmente e mais uma vez fiquei surpreso com a modernidade do lugar e principalmente a variedade de produtos e lojas. Os preços dos eletrônicos, porém, são comparáveis aos do Brasil (ainda que com muito mais opções que no nosso país).

Voltei ao hotel e lá pelas 6 da tarde e a confusão de fuso horário me pegou: dormi até a madrugada (a qual acabei passando em claro).

Pela manhã fui ao Hotel Polonia Palace, onde estão instaladas as misses. Conversei com a Julia Morley por alguns minutos, ela demonstrou estar muito satisfeita com o nosso trabalho e elogiou muito a Miss Brasil. Logo fui apresentado à Irena, uma espanhola muito simpática que assessora os diretores nacionais e familiares das candidatas.

Poucos minutos depois desceu a nossa Jane, acompanhada da cheperona Cristina (outra espanhola super simpática). Foi ótimo ver a nossa Miss Brasil confiante, feliz, e muito bem quista por todos ao seu redor. Cristina, a “chaperona”, contou que em várias das atividades Jane acaba tornando-se a principal atração pela sua simpatia e carisma. Segunda a própria Jane, o presidente da Polônia já a conhece pelo nome.

A conversa foi curta. Jane me entregou algumas revistas com matérias sobre o Miss Mundo e muitas fotos que tirou nesses dias em que esteve viajando pela Polônia. Ficou encantada com Cracóvia, cidade medieval que pretendo visitar amanhã. Tiramos algumas fotos e voltei ao hotel.

Fui o primeiro diretor nacional a chegar. Além de mim, apenas os pais da Miss Argentina já chegaram à Polônia. A cobertura do Miss Mundo pode ser acompanhada nos sites http://www.missworld.com/ e http://www.globalbeauties.com/, além de diversos sites poloneses.

18.9.06

Grêmio 4 - 0 Botafogo


Quando o campeonato brasileiro de 2006 começou eu disse a alguns amigos: o Grêmio será campeão. Eles riram, afinal, com um time limitado e recém promovido da Série B, só um maluco poderia acreditar em algo tão improvável.

O time começou mal, reagiu antes da Copa, voltou mal, e nas últimas 6 semanas reagiu de forma tão espetacular que neste momento é vice-líder, atrás somente do campeão mundial (São Paulo) e a frente do campeão da Libertadores e arquirrival (Inter, o dor...).

Ontem deu novo show: 4-0 no Botafogo (placar que eu cantei antes do jogo).

Grêmio é sinônimo de raça. Se no ano passado vencemos a incrível batalha dos Aflitos, ser campeão brasileiro não há de ser nada.

Dá-lhe Grêmio!

11.9.06

Rest in peace, Marie...


Marie era americana, namorada de uma grande amiga, e por tabela, minha amiga também. A última vez que a vi foi na minha despedida de Miami, em 2003. Era bonita, tinha grandes olhos cor de mel, se não me falha a memória. Era inteligente também. A final da Copa de 2002 eu assisti na casa dela. Foi um dia feliz, de muita comemoração. Me lembro também da nossa torcida pelos Estados Unidos contra a Alemanha alguns dias antes, no jogo das quartas-de-final. Ela gostava e entendia de esportes, conversávamos sempre sobre futebol, basquete, futebol americano.

Socialmente Marie era ótima, bem humorada, bacana mesmo. Porém, enfrentava um problema sério: o alcolismo. Laura segurou a barra durante anos, muitos anos mesmo. Fez de tudo para que Marie se tratasse e ainda cuidava da mãe doente da Marie. Chegou num ponto que não aguentou mais e acabou com o relacionamento, faz aproximadamente 1 ano.

Faz alguns dias Marie morreu, na flor dos seus 44 anos. Ninguém sabe ao certo como. Parece que se encheu de remédios. A mãe dela não quer dizer a ninguém o que realmente aconteceu. Marie será cremada e os amigos irão se reunir em uma cerimônia em memória a ela.

Lembro dela com muito carinho e não posso julgar sua decisão, talvez apenas lamentá-la. Que um dia ela possa encontrar a paz de espírito que buscava. Rest in peace, my friend.

3.9.06

O Caçador de Pipas, um livro fenomenal


O Caçador de Pipas, de Khaled Houssani, é daqueles livros que começamos a ler e só conseguimos parar ao chegar na última página. A sensibilidade do autor ao trazer personagens com os quais qualquer ser humano pode se identificar em suas qualidades e fraquezas é admirável. O livro também tem uma responsabilidade humanitária, levar ao mundo o retrato do verdadeiro afegão, geralmente erroniamente associado ao Talibã e a verdadeiros "monstros" assassinos.

A verdade é que 99.9% da população daquele país foi tão vítima daquele regime sanguinário quanto aqueles mortos em atentados terroristas em todo o mundo, como os ataques às torres gêmeas em setembro de 2001.

O livro também me levou de volta à minha própria infância por razões diferentes. Meu avô Jayme fazia pipas como ninguém, de todas as cores e tamanhos. Me lembros das tardes quentes na casa dos meus avós no morro de São Carlos, Rio de Janeiro, quando meus primos e tios soltavam as pipas feitas pelo meu avô na vasta varanda da casa.

Eles eram bons, venciam grande parte dos combates contra as dezenas de pipas dos vizinhos, que geralmente eram arrastadas para casa como verdadeiros troféus. Eu não levava jeito com elas, na verdade nem tinha saco para soltar pipa, talvez porque uma certa vez alguém me disse que o serol cortava a cabeça de motoqueiros por acidente, cena que me aterrorizava.

De qualquer forma as lembranças daqueles dias são as melhores possíveis. Todos reunidos passando as férias de verão ou inverno (invernos com clima de verão) com os nossos avós soltando pipa (ou assistindo soltarem), jogando buraco, brigando por besteiras, rindo pelas bobagens que falávamos, comendo a melhor comida do mundo, a da minha avó.

Tempos que infelizmente não voltam mais e que deixaram muita saudade.

Voltando ao livro, quem não leio, leia. É o tipo de literatura que nos faz repensar valores e apreciar princípios hoje tão raros, como lealdade e amizade incondicional.

Brasil 3 - 0 Argentina: começar de novo...


Confesso que não me animei ao saber que Dunga seria o novo técnico da seleção brasileira, mas começo a dar o braço a torcer. A nova seleção brasileira deu um verdadeiro chocalate na também renovada Argentina, e a garotada demonstrou que a esta geração de jogadores vem com força total.

Os craques do passado devem ser eternamente reverenciados, mas não devem mais jogar. Dunga teve esta percepção e parece estar acertando nas novas escolhas.

Elano marcou duas vezes e convenceu, e Kaká fez um golaaaaaço, uma pintura, para deixar os arrogantes portenhos vendo estrelas, as novas estrelas cararinhas.

O mundo tira o chapéu para as "zebras" norte-coreanas, compeãs mundiais de futebol feminino sub-20!!


Se as brasileiras fizeram história ao conquistarem a primeira medalha na história da competição (bronze ao vencer os EUA nos pênaltis), as norte-coreanas fizeram o mundo vibrar com uma incrível vitória de 5-0 sobre as poderosas chinesas.

Em 1966 os rapazes da Coréia do Norte também surpreenderam o planeta ao eliminarem os italianos e chegarem às quartas-de-final da Copa do Mundo disputada na Inglaterra. Depois disso, pouco se ouviu falar da Coréia do Norte no futebol.

Hoje, porém, foram as mulheres daquele fechadíssimo país asiático que choram o mundo: 5-0 sobre a China e levaram para casa o primeiro título da história do futebol da Coréia comunista. Um feito para jamais ser esquecido.

Show de bola, Coréia do Norte! Literalmente.

Espanha da Olé e é campeã mundial de basquete com louvor!


A Espanha finalmente venceu o estigma do "quase" que a acompanhava nos mundiais de basquete e futebol. Se na Alemanha os espanhóis começaram bem mas uma vez mais ficaram pelo caminho cedo demais, o quinteto espanhol do basquete surpreendeu o mundo e sagrou-se campeão mundial ao humilhar a Grécia com o sonoro placar de 70-47.

Além de dar ao mundo uma verdadeira aula em todos os fundamentos do basquete, a Espanha foi um exemplo de superação. Sem o seu principal jogador, Pau Gasol, que fraturou o pé esquerdo no jogo semifinal contra a Argentina, a Espanha simplesmente massacrou a Grécia em campo japonês e venceu com inesperada facilidade.

Pau Gasol, apesar de não ter jogado na final, foi eleito o melhor jogador do campeonato.

A vitória da Espanha não foi resultado do acaso. Uma liga forte e bem estruturada e condições de treinamento para seus jogadores foram fundamentais nesta conquista que tardou, mas merecidamente chegou.

Aprende Brasil...

Parabéns Espanha!!!!

1.9.06

O Mediterrâneo surpreende as Américas e faz final inesperada do Mundial de Basquete


Foi um campeonato cheio de surpresas. Para começar, nenhuma das forças do tradicional Leste Europeu chegou entre os 4 semifinalistas, talvez pela primeira vez na história. A Rússia nem chegou a disputar o torneio.

Nas duas semifinais, Grécia X EUA e Argentina X Espanha, EUA e Argentina eram os grandes favoritos. Bem dito, eram... Na madrugada de quinta para sexta o mundo se chocou com a inesperada vitória dos gregos sobre os norte-americanos por 101-95 e depois viu a Espanha desbancar a campeã olímpica Argentina por 75-74 em um jogo muito disputado.

Será uma final mediterrânea, de duas forças emergentes no basquetebol. A Grécia, atual campeã européia que, diga-se de passagem, não conseguiu classificar-se para disputar o Mundial de 2002, leva um ligeiro favoritismo, mas nada grave, afinal, os últimos acontecimentos evidenciam que tudo pode acontecer na nova era do basquetebol mundial.

Amanhã teremos disputa de terceiro lugar de primeira categoria entre EUA e Argentina, e a surpreendente final mediterrânea acontece na nossa manhã de domingo. Imperdível.