Blog do Henrique Fontes

Dedico esse espaço a relatos sobre minhas andanças cobrindo e produzindo concursos, outras paixões, como o futebol e o esporte em geral, ou quaisquer outros tópicos que me venham a cabeça. Espero que curta.

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Local: São Paulo, São Paulo, Brazil

26.11.06

A hora e a vez de Hil, a nova Miss Terra!

Conheci esta moça de nome diferente e beleza rara no Reina Sudamericana 2004, quando fui jurado. Uma vez, quando as candidatas filmavam no Cristo Redentor de Cochabamba, Hil levou um tombo impressionante e rolou escadaria a baixo. Cheguei a gelar e corri para socorre-la. Por sorte ela não se machucou.

Altíssima e com grandes olhos castanhos, esta chilena terminou de me conquistar na entrevista preliminar com os jurados. É culta, inteligente, determinada e verdadeira. Adora participar em concursos para poder conhecer novos lugares e aprender novas culturas. Seu nome foi uma "invenção do seu pai".

Foi a única candidata que levou nota máxima minha em todos os quesitos. Inacreditavelmente não foi uma das 5 finalistas. Alguns jurados acharam que a bela estava "fora de forma".

Quando o concurso acabou fui procurá-la. Hil estava sentada no chão, em um canto do camarim. Olhava para o nada e chorava. Fui em sua direção e abracei a moça. Disse a ela: "Eras mi candidata", ao que ela me respondeu com um sorriso entre lágrimas: "Lo se. Siempre lo supe".

A vida continuou, e como naquele tombou próximo à estátua do Cristo, a derrota no Reina não passou de uma pequena cicatriz. Única como o seu nome, Hil se levantou, seguiu adiante, e hoje é a Miss Terra.

Parabéns Hil, você merece todo o sucesso do mundo!

PS: Em tempo - ela não é a cara da Jualiana Paes??

O Nordeste é pura festa na Série B no Campeonato Brasileiro: 3 sobem

Sport Recife, Náutico e América do Rio Grande do Norte (além do Galo Mineiro, o campeão), retornam à primeira divisão do Brasileirão. O sucesso dessas três equipes nordestinas dá ânimo ao futebol da região, que não tem se saído bem nos últimos anos.

Em 2006 o Santa Cruz e o Fortaleza, os dois únicos nordestinos na Série A, foram rebaixados com algumas rodadas de antecipação. Enquanto isso, o campeão brasileiro de 1988, o Bahia, e o tradicional Vitória, também de Salvador, passaram a temporada na Série C. O Vitória ascendeu à Série B de 2007, mas o Bahia provavelmente ficará por lá. A situação do Bahia é tão dramática, que o time da Fonte Nova chegou a ser goleado pelo inexpressivo Ferroviário do Ceará por inacreditáveis 7 X 2!

Entre as equipes que voltam a integrar a elite do futebol brasileiro, a que mais surpreendeu foi o América de Natal. Muitos acreditavam que o "Mecão", recém promovido da Série C, iria apenas lutar para evitar o rebaixamento. Doce engando. Deixou favoritos como o Coritiba, Paulista, Portuguesa (que não caiu por muito pouco) e Guarani (rebaixado, é outro ex-campeão brasileiro que irá disputar a terceirona em 2007) para trás e subiu.

Natal, Recife e Belo Horizonte comemoram. Agora é esperar para ver como as novas forças do futebol brasileiro se sairão na Série A.

19.11.06

De Bishkek à Sanaa, as aventuras de Robert, o boi véio!

O Robert é amigão meu desde os tempos de FIU, daquelas amizades que nascem em um primeiro contato e que duram para sempre. Sabe aquelas raras pessoas que riem das mesmas coisas que a gente? Pois é, hoje ele segue morando em Miami, eu em Curitiba, mas somos "amigos para siempre"!

Nos tempos de faculdade este português-americano-brasileiro saía com uma americana mais velha, a Sandy, que nós, os amigos, conhecíamos como vaca-véia, ou "old cow". Era 10 anos mais velha que ele, uma respeitada (profissionalmente) somallier que morava só em um belo apartamento perto da praia em Miami Beach. Socialmente era daquelas americanas loiras e bregas que falam grosso (beirando o sapatão) e abrem as pernas para dar uma tragada (estamos falando de cigarro por enquanto).

Por que vaca-véia? Além de ser mais velha que ele, Sandy (este não é o seu verdadeiro nome, prefiro poupá-la) era depravada. As histórias que o Robert contava às vezes causavam ânsia de vômito até aos mais estômagos mais resistentes. Teve o macarrão com molho branco, o vampiro engasgado, a barra de chocolate bem amargo, a mão alheia na jaca alheia! Imaginem o que quiserem, não vou entrar em detalhes...

Depois que eu voltei ao Brasil o Robert e eu passamos a nos falar muito de vez em quando. Depois de um ano, o cara me ligou ontem. Além de ser formado em Relações Internacionais como eu, ele é piloto de avião. Foi empregado por uma empresa norte-americana e trabalha para o governo. Quando falamos estava voltando de Bishkek, Quirguistão, ou Quirguízia, como é conhecido por alguns. De uma forma ou de outra, o país que parece inventado existe, e segundo o Robert, parece estar localizado em outro planeta.

O Quirguistão está localizado na Ásia Central, é uma ex-república soviética. Robert foi levar soldados americanos a Bishkek, a capital do país, onde os mesmos passam pelos últimos treinamentos antes de serem enviados ao Afeganistão. Segundo ele, a cidade é única em todos os sentidos. Os habitantes são loiros de olhos claros (descendentes russos) ou com traços orientais, típicos da região. Os carros são antigos, aqueles veículos russos dos anos 80. Segundo o nosso boi-véio, a arquitetura é única, o idioma incompreensível e a os sabores e odores da culinária também são inigualáveis.

Ficou no melhor hotel da cidade, que não era grandes coisas. Do lado de fora, proteção policial. O mais interessante na cidade, na opinião do Robert, são os mercados coloridos e a curiosidade com que as pessoas olham os turistas e visitantes estrangeiros.

Robert contou que recentemente também esteve em Sanaa, no Iêmen. Em Sanaa as burcas escondem pelo menos 99% dos corpos da maioria das mulheres, que deixam à mostra apenas os olhos. Localizado no Oriente Médio, o Iêmen ainda é um dos mais tradicionais países muçulmanos. Robert pilotou o avião que levou o corpo de um dos terroristas que "se suicidaram" em Guantánamo recentemente. Em Sanaa, teve a impressão de estar no meio de dezenas de terroristas, todos muito vivos.

Já seguiu o avião do Presidente Bush até o Egito, levando no seu avião seus assessores. Já passou por Guam, Arábia Saudita, Indonésia, Timor Leste, entre outros. Deveria escrever um livro, o cara tem história para contar, e outras que não pode contar!

E a vaca-véia?? Bom, segundo ele, "continua lá, véia e porca como sempre". Acabaram o relacionamento faz dois anos e agora ele está com a Candy, a "vaca-louca". Uma ex-aeromoça descrita por ele como "loira, jovem, gostosa e maluca". Dividia um apartamento em Surfside com ele até ter se ofendido quando o Robert pediu a ela que ajudasse com parte do aluguel (US$ 1500/mês). Saiu de casa e foi morar sozinha, pagando US$ 1200!

Vai entender essas vacas do Robert! Saudades do boi-véio, que figura...

17.11.06

Burrice emocional: Brasil "dança" novamente com a faca e o queijo na mão

Desde de pequeno acompanho com interesse (e muita torcida) todos os campeonatos de vôlei e basquete, masculino e feminino. No começo dos anos 80 o nosso vôlei masculino ganhava força, todo mundo acompanhava não só os mundiais e jogos olímpicos, mas também as emocionantes disputas entre Pirelli e Atlântica.

O time feminino contava com Isabel, Vera Mossa, Jacqueline, que mais se destacavam por beleza e sensualidade que por, digamos assim, categoria. Não que fosse um time ruim, mas no feminino o Brasil ainda era considerado uma equipe "periférica", anos luz de Cuba, EUA e Perú no nosso continente.

Nos jogos olímpicos de Los Angeles o Brasil parou para ver Brasil X EUA. Nossas meninas abriram 2 X 0, ninguém acreditava. No final, o que parecia impossível, de fato não se concretizou: as norte-americanas viraram o jogo.

Depois o Brasil cresceu no vôlei feminino, ganhou força e medalhas, como o bronze em três Olimpíadas seguidas e a prata no Mundial de 1994, jogado no Brasil. O "X" da questão, porém, persegue o Brasil desde aquele jogo em Los Angeles: parece que as nossas jogadoras não acreditam poderem vencer, sempre "entragam o jogo" nas horas decisivas, mesmo estando a frente e com tudo para chegar ao topo.

Hoje temos uma das 3 melhores seleções do mundo. Vencemos mais "Grand Prixs" que qualquer outro país, mas a sina destas meninas continua nas Olimpíadas e Mundiais. Em 2004, em Atenas, elas venciam a Rússia por 24-18 no terceiro set, podendo então carimbar o passaporte para a final. Perderam! Ninguém entende como, mas perderam, o set e a partida. Confesso que fiquei inconformado ao ponto de me negar a assistir jogos da seleção por mais de um ano.

Agora, no Japão, o Brasil tinha todo o favoritismo do mundo. Venceu todas as partidas até a final, inclusive contra a Rússia. Na final, vencendo o tie-break por 13-11, cederam quatro pontos consecutivos e a vitória à Rússia.

Na boa: não falta mais categoria às nossas jogadoras; aliás, até sobra. Falta é um bom psicólogo que faça essas mulheres acreditarem que elas podem vencer. Aí quem sabe comemoraremos um título mundial de volei feminino...

12.11.06

Entrevista com a Vampira

Outubro de 2001. Cheguei em Santa Cruz de la Sierra no dia do concurso Reina Sudamericana. A entrevista preliminar dos demais jurados com as 10 candidatas havia sido na noite anterior, e sendo assim, tive a oportunidade de entrevistar as candidatas acompanhado apenas de uma outra jurada (esposa do dono de uma empresa patrocinadora).

A primeira miss que veio para a entrevista foi a Miss Brasil. Era uma loira, bonita mas nada de outro mundo, enviada por uma organização pequena. Havia ficado em quarto lugar no Miss Paraná Globo (eita!) e foi indicada como candidata brasileira ao "Reina". Entrou na sala com um lenço na cabeça e mascando chiclete.

Miss: Hooola!!! Tudo b-i-en?
Eu: Tudo, e você?
Miss: Tamb-i-einnn!!!
Eu: Então, está gostando da experiência?
Miss: Estoy sim! Nuessaaaa! Como tu hablas bien portugues!!
Eu: Eu sou brasileiro.
Miss: A si??? Que mod-i-esto!!! (risos)

Neste momento eu vi que a coisa seria brava... Comecei então a falar em castelhano, para que a outra jurada pudesse entender e dar a sua nota (mais tarde me arrependeria, teria sido melhor ela não entender nada.)

Eu: Como te defines en dos palabras?
Miss: Como assim?
Eu (de volta ao português): Como você se define em duas palavras?
Miss: Tipo, que difícilllll (risos)... Hummmmmm (olhinhos revirados para cima, o rosto demonstrando um esforço mental fora do comum).
Eu: ...
Miss: Aiiii, puede ser una?
Eu: Si.
Miss: Bueno, sou una pessoa ÓBVIA.
Eu: Oi?
Miss: Óbvia. Óbvia me define.
Eu: ooooookkkk.....

(a outra jurada parecia ser meio lesada também: além de não questionar aquela resposta absurda, fez uma cara de aprovação)

Eu: Então... Soube que as outras 9 candidatas foram a La Paz e foram recebidas pelo presidente da Bolívia e apenas você se recusou a ir. Estava doente?
Miss: Nãaaaaaaooooo.... (rindo)
Eu: Que pasó?
Miss: Ahhh gente, vamos combinar!!! Era o presidente da Bolívia... Se ainda fosse dos Estados Unidos, né? (com cara de nojo)

Olhei pra jurada lesada para ver como reagia. Não tinha reação. Menos mal.

Eu: Você não gostou da Bolívia?
Miss: Não, as personas son feias, meio índias sabes? Na minha cidade todos son mais blanquitos... (terminando a frase com um sorriso maroto)

Eu: Qual o seu maior defeito?
Miss: Soy meio vampira, sabes?
Eu: Não. Como assim?
Miss: Tipo, gosto de me vestir de preto, não durmo en la noche e fico caliente quando estoy mestruada.

Enquanto eu tentava assimilar aquilo, a jurada lesada se virou para mim perguntando:

Jurada lesada: Que dijo?
Eu: Que es una vampira.
Jurada lesada: Ahhhhh.... (sorrindo)

Eu havia preparado um pequeno questionário de conhecimentos gerais sobre a América do Sul com 6 perguntas e 3 opções para cada. Como muito medo, soltei a primeira...

Eu: Quantos países independentes existem na América do Sul? 10,12 ou 25?
Miss: Como assim independente? Tipo, ilha?

Jurada lesada: que dijo?

Naqueles dias o Guga era o tenista #1 do mundo. Era a última pergunta, ela tinha errado as outras 5.

Eu: Um sul-americano é o tenista #1 do mundo atualmente. Quem é ele? Marcelo Ríos, Gustavo Kuerten ou Nicolas Lapentti?
Miss: Ahhhhhhhhhhh!!!!!! Esta és pegadita no???
Jurada lesada: Que dijo?
Eu: Pegadinha?
Miss: G-i-ente! Yo sou brasilenha! Se que no és nenhuno dos 3!! "Él" número uno és o GUGA, dél Brasillllll!!!!
Jurada lesada: Que dijo?

A expressão no seu rosto era de vitória, descoberta, como quem diz: "Achou que iria me pegar, né???"

Quase em estado de choque, agradeci, e antes de sair ela nos perguntou: "Entón... Fui bien??".

Não é preciso dizer que ela terminou em último lugar e que a organização que enviava as brasileiras até então ao Reina perdeu a franquia. É lógico que não devemos generalizar, mas esta sim era a legítima LOIRA BURRA, burra como nunca vi igual. E isso é bacana no mundo dos concursos: quando você acha que já viu de tudo, até vampira aparece. Só faltou chamar o Guga de Gu-e-ga!

Cacete nelas, Brasil!!!

Quem acompanhou o jogão entre Brasil e Rússia na madrugada deste domingo certamente sentiu vontade de bater nas russas, especialmente na tal Merkulova (ou qualquer outra "ova") que fez de tudo para provocar a nossa atacante Fabiana em momentos decisivos do quarto set.

O feitiço voltou-se contra o feiticeiro, e ao contrário do que se via no passado, com nervos de aço o Brasil não se deixou abater, virou o jogo, e vibrou com a cortada final da mesma Fabiana. Aliás, vibramos!

Foram 9 vitórias consecutivas das nossas meninas, que na semifinal enfrentarão a surpreendente Sérvia & Montenegro. Se vencer, o que é muito provável, enfrentará Itália ou as mesmas russas na final.

Haja coração!

Pela quinta vez a Venezuela vence o Miss Internacional

A venezuelana Daniela di Giacomo é a típica "Barbie Latina": loira, cabelos compridos, alta e magra. A Venezuela parece ter descoberto a fórmula mágica para vencer o Miss Internacional, já que esta é a sua quinta vencedora na história do concurso e a quarta em apenas 9 anos.

Curiosamente desde 1997 a Venezuela vence o Miss Internacional a cada três anos: 1997, 2000, 2003 e 2006.

O evento aconteceu na China e a sua finalíssima veio recheada de surpresas. Se a vitória da venezuelana era esperada por muitos, a segunda e a terceira colocações de Panamá e Coréia, respectivamente, surpreenderam. Nenhuma das duas aparecia nas listas de favoritas do concurso.

Favoritas da Finlândia e Alemanha sequer conseguiram classificação entre as 12 semifinalistas.

O Miss Internacional aconteceu na China pela segunda vez, tendo sida a primeira em 2004. Assim como naquela ocasião, quando o Brasil foi representado pela ex-BBB e atriz Grazi Massafera, após alguns dias de tratamento 'classe A' no Japão, as misses começaram com muitas queixas ao chegarem na China.

Segundo uma delas, os chineses as tratavam de forma grosseira, muitas vezes eram obrigadas a acordar às 5 da manhã e até faltava comida (em certa ocasião almoçaram apenas pedaçoes de pão).

Por outro lado, o evento quando realizado na China ganha em qualidade: coreografias mais elaboradas, excelente cenografia e transmissão televisiva de alto nível. No Japão o Miss Internacional chega a parecer um concurso amador nos últimos anos.

De qualquer forma, foi muito difícil cobrir o Miss Internacional 2006. Para se ter uma idéia, as agências de notícias internacionais demoraram mais de 12 horas para soltarem as primeiras fotos do evento. A cobertura do GB pode ser vista no seguinte link: http://www.globalbeauties.com/international/2006/i06.htm

O Brasil foi representado pela bonita Maria Cláudia Barreto do Acre, enviada pela Gaeta. Infelizmente, ela não conseguiu classificação.

4.11.06

Fofão: espinha dorsal de uma seleção

Confesso que demorei a perdoar a seleção de vôlei feminina depois daquela derrota vergonhosa para a Rússia na semifinal dos jogos olímpicos de Atenas, uma das maiores decepções da minha vida de "torcedor". Depois daquela tragédia a seleção parece ter amadurecido, venceu o Grand Prix duas vezes consecutivas e é hoje considerada a melhor seleção do mundo.

Neste momento as nossas meninas disputam o que poderá ser um título inédito: o mundial de vôlei feminino. A nossa seleção é integrada por talentos individuais incríveis, e tais jogadoras parecem estar entrosadas. Porém, o que assusta e põe em dúvida a possibilidade de uma conquista inédita, é a uma contusão na panturrilha da nossa levantadora, a talentosa Fofão.

Até um ano atrás o Brasil estava 100% bem servido de levantadoras: a titular era Fernanda Venturini, umas das melhores jogadores da história do voleibol, que contava com o apoio da também excelente Fofão no banco. Com a aposentadoria da Fernanda, a coisa complicou. Carol, a reserva da agora titular Fofão, tem posto o time em risco cada vez que o técnico Zé Roberto decide poupar a contundida Fofão.

Contra a seleção da Holanda, considerada apenas razoável no cenário mundial, o Brasil chegou a perder 2 sets graças a falta de criatividade e visão de jogo da Carol. Fofão foi forçada a entrar em ação para salvar a nação. No jogo de ontem, contra as norte-americanas, Zé Roberto não demorou muito para substituir Carol após um primeiro set irregular. Vencemos por 3X0.

Pode-se dizer que uma boa levantadora representa a essência, a espinha dorsal de uma seleção vencedora. Para chegar ao título, precisaremos também de muito controle emocional e "cabeça no lugar" nas horas de perigo. A contusão da ótima Fabiana e a irregularidade de Mari também preocupam.

O Brasil chega à segunda fase invicto, mas todos sabem que o campeonato começará de fato na madrugada da próxima terça-feira. Teremos pela frente nos próximos dias Rússia (seleção que ainda está engasgada nas nossas gargantas) e China, e apenas as duas primeiras colocadas do grupo passarão às semifinais.

O nosso vôlei feminino vem evoluindo e estamos todos na torcida para que tenha atingido o grau de amadurecimento psicológico para finalmente conquistar o Mundial. Tomara que a panturrilha da nossa "espinha dorsal" não atrapalhe os planos desta tão sonhada conquista.

1.11.06

Santa Cruz de la Sierra, Bolívia - cidade de contrastes

Esta foi a minha segunda viagem a Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, e desta vez tive a oportunidade de conhecer um pouco mais deste importante centro urbano do país vizinho. É considerada a cidade mais rica do país, seua habitantes são rotulados de "elitistas" por bolivianos de outras regiões, mas ainda assim, não se vê em Santa Cruz muitos sinais de desenvolvimento. Parece uma cidade do interior do Brasil nos anos 70.

O tráfego é caótico, a pobreza é evidente em todos os lugares, as ruas são esburacas e as contruções antigas e mal conservadas. Em alguns pontos isolados encontramos prédios modernos, mansões, restaurantes finos e hotéis de luxo. O contraste é gritante.

Relativamente distante do centro da cidade encontra-se o "Aqualand", um parque aquático ultra moderno com praias artificiais, piscinas, tobogãs etc. Quem entra no tal parque esquece que está em Santa Cruz. Com o alto valor do ingresso, apenas aqueles com dinheiro acabam tendo acesso. Perto do Aqualand existe um outro parque aquático, muito mais simples, mal cuidado e com poucas atrações. É o parque aquático dos pobres...

A comida em Santa Cruz, apesar de gordurosa, é saborosa, como o "pollo picante", um frango cozido com uma camada de pimenta acompanhado de bananas fritas e "arroz con queso". Eles têm uma sobremesa muito gostosa também, a "natilla", uma espécie de pudim bastante doce. Outros pratos típicos são o arroz com pato, a "ropa vieja", carne de porco e frango fritos.

É uma cidade barata. Com US$1 você praticamente atravessa a cidade em um táxi. Um bom almoço pode custar US$1 ou US$ 2. Para quem gosta de fazer compras, especialmente´roupas de lã, tecidos coloridos e artesanatos locais (tudo muito bonito), Santa Cruz é o paraíso: os preços são muito baixos.

As pessoas são agradáveis e prestativas. É de fato uma cidade de contrastes que, apesar dos problemas, é cheia de vida e recebe muito bem os seus visitantes.

Outro ponto interessante é a paixão da população local pelos concursos de Miss! A imprensa, o público em geral, estão sempre seguindo as suas "reinas". O trabalho da Sra. Gloria Limpias na região é realmente muito bom.

Com a vitória da Francine minhas lembranças desta visita a Santa Cruz serão as melhores. E espero um dia poder conhecer outras regiões da Bolívia que ainda não conheço.

Reinado Sudamericano: Francine venceu!

Esta foi uma vitória sofrida, contra tudo e contra todos os prognósticos. Em um grupo de 15 candidatas, 6 eram consideradas fortes, e uma era considerada "mega favorita": a Miss Paraguai. Sem se deixar abalar, Francine guardou o seu melhor para a noite final e venceu: o título de "Reina Sudamericana 2006" fechou sua carreira de miss com chave de ouro e garantiu à nossa organização o primeiro título internacional de peso.

Cheguei a Santa Cruz de la Sierra, Bolívia na noite da quinta-feira passada. Naquela mesma noite acompanhei a eleição da Miss Fotogenia, que quem levou, para variar, foi a Miss Paraguai. Francine e a dominicana ficaram entre as três finalistas.

No dia seguinte a paraguaia ganhou outro título preliminar: Garota Aerosur 2006. Perú e Bolívia foram as finalistas.

Lourdes Arevalos, a paraguaia, participou do Miss Universo 2006 e foi a quarta colocada. A boa classificação no concurso universal garantiu a ela todo este favoritismo. É bonita, não resta dúvida, além de ser alta e possuir uma presença impressionante na passarela. Porém, é arrogante, definitivamente não se pode dizer que seja uma pessoa de fácil convívio, defeito este que não combina com a personalidade de uma miss.

Já na sexta-feira, horas antes do concurso, conversei muito com a Francine. Sabíamos que ela poderia derrubar a adversária na entrevista final e discutimos estratégias para que isso acontecesse. Tudo saiu perfeitamente de acordo com o previsto, e a nossa miss ainda contou com uma "mãozinha" da paraguaia, quem se atrapalhou toda na sua própria resposta.

La Reina Sudamericana 2006 es... MISS BRASIL!

Logo após ter sido coroada Francine recebeu o abraço de uma menina de 12 anos, pobre, sem um braço, que todos os dias durante a estadia das misses na Bolívia, escrivia cartinhas de apoio e admiração endereçadas à nossa representante. A menina chorava de emoção, o que fez com que Francine derramasse lágrimas também.

Outras 13 candidatas também saltavam e comemoravam a vitória da brasileira.

Já a paraguaia, terceira colocada, saiu do palco furiosa e aos gritos, inconformada com a derrota. Talvez ela se esqueça que no Miss Universo nunca foi favorita, que também chegou aonde chegou "surpreendendo" muita gente. Tropeçou na sua própria arrogância e dançou.

Para nós da Organização Miss Brasil Mundo foi uma grande vitória e o quinto resultado positivo consecutivo neste primeiro ano de vida. Só me resta agradecer a Deus por um início tão fantástico, e torcer para que Ele possa seguir iluminando os nossos passos, assim como os das nossas misses.

Parabéns Francine e muito obrigado! Você merece todo o sucesso do mundo.