Blog do Henrique Fontes

Dedico esse espaço a relatos sobre minhas andanças cobrindo e produzindo concursos, outras paixões, como o futebol e o esporte em geral, ou quaisquer outros tópicos que me venham a cabeça. Espero que curta.

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Local: São Paulo, São Paulo, Brazil

30.9.09

Dani Calabresa no Jô

Eu não conhecia, mas fiquei fã. Ela é muito boa!!!!

25.9.09

9,8,7,6,5,4,3,2...1! 10% de 800

Então a loira vinha passando na rua (história verídica!) e conversando com a amiga:

"Então meu, eles querem pagar, tipo, 10% de $800 por dia... Tipo, $8 reais! É muito pouco, sou loira mas não sou burra!" (não, imagine se fosse!)

A amiga acompanhando o raciocínio (ou sendo sacana): "Meuuuuu, nemmm!!! Sem condições! Quem vive com isso? Não paga nem o transporte".

23.9.09

10- "Você"ta Caramelada

O Ariel é um amigo colombiano que fez faculdade comigo em Miami. É uma figura. Sempre valorizou demais o sobrenome das pessoas, e coisas do tipo, o que me irritava um bocado. "Henrique, a Maria Inês Llodra te ligou?". Cacete, nós conhecíamos apenas uma Maria Inês, então pra que o LLODRA?? Mas enfim, ele era cheio dos detalhes, metido a fino e tal.

Em certa ocasião ele me perguntou como falar com uma mulher que ele ainda não conhecia em português, com educação. Não resisti: "Você diz... Buce tá caramelada?".

Dias depois, ele me ligou furioso: "Você está louco???? Estava no ponto de ônibus e vi duas brasileiras conversando. Fui me apresentar e falei, "oi, buce-ta caramelada??". Uma me chamou de tarado, a outra me meteu a mão na cara!!!! Ambas saíram correndo. O que eu disse a elas????".

Eu ria tanto que não conseguia nem explicar... Ele bateu o telefone na minha cara.

Agora, por mais que um hispano entenda o "buce" como "você", quem pergunta se alguém está caramelada??? Questão de bom senso. Nunca imaginei que o pastel fosse chegar a usar a expressão!

Resultado: ele ficou uns 6 meses sem falar comigo. Lavou a alma e se vingou ao me dizer que uma amiga minha se parecia com a atriz Rossy de Palma (inclusive uma vingança bastante adulta e ofensiva rsss). Depois retomamos a amizade, que segue até hoje.

Moral da história: quando for aprender um idioma novo, cuidado com a expressões ensinadas pelos amigos :)

* * * *

Segue a contagem, 10 (que parecem 100)


22.9.09

11- O Dia que eu Morri

Minha irmã tinha seis anos, eu tinha 11. Quando minha mãe chegou comigo e com meu irmão para buscar minha irmã na escola, ele estacionou longe, mas consegui ver quando uma professora foi na sua direção, mãos na boca, lágrimas correndo. Percebi que minha mãe ficou nervosa e começou a correr, sem permitir que a mulher a abraçasse. Então perdi todo mundo de vista. Teria algo acontecido com a minha irmã?

Para sair do carro, meu irmão e eu teríamos que atravessar a rua. Além disso, não quis assustá-lo. Aflito, esperei.

Passaram-se alguns minutos, e lá vinham as duas. Marina chorando e minha mãe com cara de poucos amigos.

O que aconteceu foi: minha irmã teve vontade de chorar, então resolveu inventar que eu morri. O irmão da Marininha morreu afogado. A notícia correu mais rápido que fogo na pequena Guilherme Drummond Villares, e logo amiguinhos, "tias", diretoras, se juntaram ao choro e à "dor" da Marina.

Não houve clima para aula e estavam todas preparadas para receber minha mãe.

Minha mãe entrou no carro furiosa e nos contou: "Henrique, sua irmã te matou nessa manhã. Entro e está toda a escola aos prantos me esperando, com a sua irmãzinha gritando mais que todo mundo! Que vergonha...".

Eu achei engraçado, olhei pra trás, e Marina, com sua carinha cínica que vem desde aquela época, disse já sem chorar: "Pelo menos você não morreu".

Pois é. Quem não viu muita graça foi meu pai. Naquela noite minha irmã levaria sua primeira surra de cinto.

* * * *
11, faltam 11...

21.9.09

12- Rosa



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Agora são 12...

20.9.09

13- Aniversário da Revolução Farroupilha



Minha mãe é gaúcha, meu pai carioca. Eles se conheceram e se casaram em Porto Alegre, onde eu nasci. Apesar dos meus pais terem se mudado comigo para São Paulo quando eu tinha pouco mais de 1 ano, as raízes e o orgulho de ser gaúcho eu nunca perdi. Praticamente todos os anos da minha infância e adolescência "veraneei" em Remanso, pequeno balneário do litoral gaúcho. Nas férias de inverno, ficávamos em Porto Alegre com os avós e tias.

Muita gente confunde esse orgulho que os gaúchos sentem da sua terra e da sua cultura com prepotência ou arrogância. O turista que conhece o Rio Grande e o seu povo bem sabe que a verdade é outra. Os gaúchos são excelentes amigos e recebem seus visitantes como poucos. O orgulho de ser gaúcho, ao contrário do que muitos pensam, se confunde ao de ser brasileiro.

Nesse 20 de setembro, aniversário da Revolução Farroupilha, deixo essa singela homenagem ao meu estado querido. E viva o Rio Grande do Sul!



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13 dias...

19.9.09

14 - Arandú

O Estopa era simplesmente impossível. Não me lembro da raça dele, mas aquele cachorro devorava tudo. Morávamos na rua Arandú, e um dia meus pais decidiram dar o Estopa. Quando voltamos da escola, ele não deveria mais estar lá, mas já de longe ouvimos os seus latidos. Havia sido devolvido em menos de 4 horas!

Lembro do dia em que eu rolei escadaria abaixo. Botas novas, chão encerado, fudeu. Ao chegar no último degrau lembro claramente do desespero da minha mãe. Apesar do susto, e do tombo impressionante, não sofri um arranhão sequer.

Assim como o Estopa, eu era impossível. Uma vez minha tia avó Helma chegou de Porto Alegre para passar uns dias conosco. Ela veio com a minha avó e sua irmã gêmea, vó Tetê. Tanto azucrinei, que minha mãe me pegou pelo braço, me jogou no carro, e me levou até a porta de um colégio interno (supostamente). Meu desespero era tanto, e o susto foi tão grande, que devo ter me comportado por uns 2 dias depois disso. Era mais difícil se desfazer de mim do que do Estopa.

Engraçado lembrar da festa de aniversário do meu pai de 33 anos, tendo eu hoje 37. Mas lembro de alguns detalhes. Lembro também da minha festa de 5 anos. Eram "as festas". Minha mãe escolhia um tema, ou eu escolhia, e tudo era perfeito, desde o bolo, até a decoração, as brincadeiras. Eu fui uma criança de sorte (e impossível). Ah! Esqueci de dizer que me lembro claramente da minha decepção ao final daquela festa. Na cabeça de uma criança de 4 anos, fazer 5 significava "ficar grande", crescer. Subi a escada com 5 anos, mas do mesmo tamanho, de cabeça baixa e emburrado.

Eu tinha uma espécie de mesa-carrinho na cozinha onde eu comia. Desde aquela época eu catava cada cebolinha no arroz e no feijão. Diziam: "Quando crescer vai passar essa frescura". Cierto!

Às vezes minha mãe levava a mim e ao meu irmão, ainda muito pequeno, para ver um show de mágica perto de casa. No geral as crianças adoravam. Eu achava tudo muito chato, sem graça. O mesmo sentimento eu tinha em relação ao circo. Não entendia o fascínio das pessoas por aquilo. Hoje até entendo, mas continuo sem achar graça. Aliás, o único truque de mágica que eu gostava era o de cortar uma camarada ao meio. Como será que eles fazem isso?

Tinha feira sempre em um determinado dia da semana. Era obrigado a ir, mas valia a pena para poder comer o pastel no final. Sempre de queijo, já que o de carne, "era feito com carne de gato". Sabe que até hoje eu fico achando que é mesmo?

Da tv eu tenho duas lembranças remotas: o Vila Césamo e o Sítio do Pica Pau Amarelo (quando esse apareceu já não estávamos mais na Arandú). Meus pais criavam alternativas para a televisão, e sou grato a eles por isso.

Os amigos mais próximos eram a Renata, da casa ao lado, e o Rodrigo, filho do Carlos Aurélio e da Maria do Carmo. Tinha as irmãs dele, que eram menores: a Dani e a Carla. A Maria do Carmo era a cara da mãe do seriado "Married With Children". Ouvi em certa ocasião uma conversa entre a minha mãe e a Maria do Carmo sobre os casos amorosos da segunda. Chocante. Com 5 anos eu passava a saber que aquilo existia. Mais chocante ainda: Carlos Alberto e Maria do Carmo seguem casados até hoje! Já o divórcio dos meus pais, começou a se desenhar naquela casa.

Sábados infernais: acompanhar minha mãe ao cabelereiro. A que cortava o cabelo dela se chamava Loyde. Nome de companhia aérea boliviana falida. Como disse a minha irmã um dia desses: "Quem se chama Loyde nesse mundo???". O cheiro do salão, a mulherada fazendo unhas, cortando o cabelo, fofocando. Aprontava tanto naquele lugar, que sempre o retorno a casa me rendia umas palmadas bem dadas.

Dizem que eu morria de ciúmes do meu irmão, que chegou quando eu tinha 3.5 anos. Dividir não era comigo. Conta minha mãe, que uma vez, enquanto passava o caminhão de lixo, eu gritava da janela do quarto dela: "Leva esse guri, pelo amor de Deus!". Cacete, como é que me aguentavam?? rss

Minha irmã foi concebida naquela casa, mas nasceu na nossa residência seguinte. Aliás, não parávamos em lugar nenhum. Minha mãe chegava em uma casa ou apartamento, reformava tudo, se cansava, e lá íamos nós...

Também na Arandú tive minhas primeiras noções de religião. Minha avó Lucinda me presenteou com um Novo Testamento ilustrado para crianças. As ilustrações eram meio assustadoras, e o diabo aparecia constantemente. Quer intimidar uma criança? Compre um livro desses, fale sobre Deus e o diabo. Tente explicar porque Jesus morreu na cruz, e que ele, Deus, e o Espírito Santo (!!!!) são um só. Então leve a criança para a missa, e após comungar, diga que acabou de receber o "corpo de cristo". Nesse momento da vida começam as nossas noites de insônia.

Minha avó fazia isso muito bem. Eu ficava aterrorizado. Uma vez ela me levou para ver "Marcelino, pão e vinho". Pra que! Na hora em que Jesus tomou vida e desceu da cruz, eu pensei que ia com ele! Tremia já debaixo da cadeira do cinema. Até hoje não tenho coragem de assistir esse filme de novo.

Como podem ver, a religião entrou na minha vida de forma bastante suave e racional. Minha mãe brigava com a minha avó e nos dizia que o diabo não existia. Tarde demais. Estrago feito, todo mundo em pânico.

Acho que foram 3 anos naquela casa, dos 2 aos 5 e tanto. No geral, as memórias são boas. Hoje aquela casa não existe mais. Nem a nossa, nem a do Carlos Alberto (que segue casado com a Maria do Carmo). Só a do Zé e da Cristina (pais da Renata) segue lá. E com eles dentro.

* * * *
14 dias. Ansiedade e saudades.

7.9.09

Minority Report: Yes, I happen to like Miss Universe 2009. A lot!

I was in China covering the Miss Tourism Queen International pageant when it all happened. Miss Universe is not telecast there, You Tube is censured, so I did not see or learn anything about this year’s pageant besides the results, until I returned home.

Going back a few months, I remember when I saw Stefanía for the first time. She had won one of those preliminary prizes for Miss Venezuela (most beautiful face, perhaps), and when I saw the photo of Miss Trujillo, I immediately told a friend: “Can a woman be that stunning? There she is, Miss Venezuela, and Miss Universe 2010″. His response was: “You are crazy, there’s now back-to-back victories in Miss Universe”. And I thought: “Not yet, but if this woman wins in Venezuela, Miss U will have no alternative other than crowning her”.

The rest in history.

I recently watched the Miss Universe pageant and, honestly, looking at the top 15, she was the clear standout. Even the stunners from Australia and Iceland, two personal favorites of mine, did not look their best that night.

The new Miss Universe is absolutely impressive. She would look incredible in the 1950’s, in the 1980’s, and she does it today. Stefanía is one of those rare beauties who are noticeble even from a mile of distance. Her unique elegance and charm are unquestionable.

So what if her scores were not the highest in swimsuit and evening gown? Does anyone remember Deborah Carthy-Deu in 1985 or Dayanara Torres in 1993? The same is valid for Michelle McLean in 1992, and Brooke Lee in 1997. Or yet, Margareth Gardiner, in 1978, and so many others. who don’t come to mind now.

What matters is that when the judges had to vote, insted of giving scores, the majority of them picked Venezuela, and she won, with all merits, fair and square.

Another recent controversy is the fact that the MUO picks 6 out of the 15 semi-finalists. Is that new for anyone in the pageant world? They’ve been announcing it for years. Perhaps pageants are so irrelevant in the “real world”, that the media took 5 or 6 years to notice it, that’s all.

The only thing I personally question is: if the organization created this criteria to “make justice”, how can it ignore entire continents, such as Asia this year? Misses China, India, Indonesia and Japan were all great and just as deserving (or more deserving) than some of the Europeans who crowded the top 15 and top 10 and then fastly vanished, except for Kosovo, a nation still not recognized as an independent country by most countries in the world, but supported by the United States, which was the only remaining one to have reached the top 5, ending in 3rd place.

All in all, the pageant was fine, but nothing more than what we’ve been seeing for several years. There was nothing new and the production was poor when compared to the last editions of the pageant. However, the winner is great, possibly one of the best ever. At least in my eyes.

(artigo escrito por mim para o GlobalBeauties.com em 7/9/09)

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5.9.09

Miss Tourism Queen 2009 na Fashion TV


3.9.09

A China e o Miss Tourism Queen 2009


Passaram-se os Jogos de Pequim, e a censura voltou com força total à China: nada de blogs, twitter, Facebook, e por aí vai. Nas quase três semanas que estive por lá, acabei não podendo atualizar o blog diariamente, então terei que falar sobre o que ficou de mais forte na memória. Sem nenhuma ordem de classificação, estas são as minhas memórias dessa viagem:

* Duas candidatas tão diferentes, Vivian representando o Brasil, Karine representando Fernando de Noronha. Vivian é a miss perfeita, impecável, profissional e admirada por todos. Fez tudo certo e merecia ganhar, mas pelo estranho gosto chinês, ficou em segundo, o que pode ser considerado uma vitória, afinal, eram quase 100 candidatas. Karine é a "Miss Alternativa". Foge do óbvio em vários sentidos, e eu gosto muito disso. Ela surpreende, é eclética, imprevisível. Marcou presença, e não somente pelo terceiro lugar dentre as ilhas de todo o mundo. As duas foram magníficas e razões de orgulho.

* Todos os dias às 7 da matina estávamos no ônibus, com destino a algum lugar novo. O pessoal da imprensa internacional era, no geral, animado e divertido. Demos boas risadas, especulamos sobre os resultados das provas preliminares e final (sempre!), mas ninguém marcou tanto quanto a "Fófis"! Só o Rami para entender como nos divertimos por causa dessa jornalista equatoriana que só falava espanhol e estava mais perdida que qualquer outra coisa! Em cada cidade que chegávamos, a gordinha virava para trás e nos perguntava: "Oye, esto es 'Changai'??". Ela achou que o concurso aconteceria em Xangai, e não se conformava de não chegar lá nunca.

A melhor da Fófis: em uma visista a uma fábrica patrocinadora do evento, chegamos a uma loja onde 5 velhinhos 'pra lá de Changai', que poderiam ser pais da Hebe (bom, nem tanto), estavam sentados bem no meio da sala. Não faziam nada, estavam sentadinhos, olhares perdidos, pareciam nem saber onde estavam. A cena bizarra foi explicada mais tarde: parece que a presença dos idosos, na crença chinesa, atrai dinheiro e bons negócios. Os coitadinhos são uma espécie de amuleto.

Naquele momento, não sabíamos disso, e eis que chega a Fófis, pretuberante, com a cara de mau humor que lhe era peculiar. Então ela pergunta ao Rami: "Oye, que hacen estos viejos ahi?". O Rami, espirituoso e sem deixar que seu humor negro falhasse, respondeu bem sério: "Bueno, en China cuando los ancianos llegan a una cierta edad, sus familias los venden...". Ela fez uma cara de quem não gostou, observou a cena (no seu total, digna dos melhores filmes do Almodovar!), e quando pensávamos que ia se mostrar indignada ou ao menos incrédula, solta essa:

"Oye! Y quien va querer comprar 'esto'????".

* Existia uma chinesinha, a Ariel, que coordenava o nosso ônibus. Era uma querida, parecia de uma fragilidade incrível, sempre doce, mas quebrava cada pepino que dava pena. Em certa ocasião, a fofa equatoriana (a nossa Fófis) não estava à vista, foi durante um almoço. Ariel chega na nossa mesa, e sem maldade, talvez abusando da sua ingenuidade, e nos diz no seu inglês quebrado: "Hi e-vli-one... Have you seen the biiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiig girl flom Ecuado?". Durante o 'biiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiig' ela fez um esforço para com as mãos fazer um globo gigante! Não teve como segurar, caímos na gargalhada! A chinesinha ficou vermelha e começou a bater na própria boca. "Só-li.... I don know her name...".

* Dessa vez teve dias que enjoei da comida e do tempero chinês. Minhas melhores descobertas culinárias foram o mangostão, fruta deliciosa que eu não conhecia, e o melhor picolé que já experimentei na vida, um de morango envolvido por uma fina camada de gelo. Não dá para explicar como era bom, e custava o equivalente a menos de $0.30 de real!

* Falando em picolé, teve a parada em uma das viagens de ônibus que a Miss Perú e eu compramos um de chocolate, e começamos a comer. Na segunda mordida, notamos que o recheio não tinha gosto de chocolate, era estranho... A peruana era uma figura, tinha senso de humor parecido ao meu, também demos muitas risadas durante aqueles dias, e juntos descobrimos que se tratava de um picolé recheado com feijão! Cuspimos aquilo ao mesmo tempo, o povo que estava por perto se divertiu. Uma chaperona indignada perguntava: "Pq??? No país de vocês não tem picolé de feijão???".

* Não sei o que me deu durante a prova da eleição do vestido mais bonito. Estava no júri, as misses acabavam de se apresentar. De repente entra uma cantora chinesa e começa a berrar. Ela tinha a vóz mais horrível e estridente que já ouvi na vida. Olho pra trás, e vejo os jornalistas estrangeiros tapando os ouvidos e aflitos. Olho pra frente e vejo os chineses apreciando aquilo como se fosse a coisa mais normal do mundo. Só sei que aquilo me causou um acesso de riso vergonhoso e incontrolável. Eu tentava disfarçar mas não tinha como, eu chegava a sacudir e as lágrimas corriam! E a mulher gritando, por que aquilo não era cantar nem aqui, nem na China (bom, talvez na China fosse). O evento estava sendo televisionado ao vivo, e de repente me vejo no telão naquela situação constrangedora, e a partir daquele momento, todos os olhares em mim. Ainda assim, não podia parar de rir. Foi surreal, mas tenho o sério problema de não conseguir conter a risada. Péssimo...

* Além da Miss Perú, outras misses marcaram essas 3 semanas. Com as Misses Sérvia e Montenegro, sempre rolavam altos papos. A Miss Sérvia sempre me fazia lembrar a dramática final da Liga Mundia de vôlei que os brasileiros derrotaram os sérvios no mês passado, em Belgrado. "I cried, you know?", ela me disse umas tantas vezes. Tinha a "federação latina", com direito a presidente, Miss Venezuela, e vice, Cuba. Chavez e Fidel se orgulhariam dessas duas! Como fofocavam, o foco principal eram as russas. Aliás, uma das russas era uma espécie de espiã da 'máfia russa', ela falava espanhol e levava tudo o que as latinas diziam às outras candidatas da sua turma. O conflito já era famoso por lá!

A Miss Vietnã era estranha, chegamos a pensar que fosse travesti. Mas não era não. Era só estranha mesmo...

Tinha a Miss Estônia, que parecia saída direto dos anos 70: uma loira linda, de cabelos longos, sorriso espontâneo, sempre de bem com a vida. Lamentei demais a sua não classificação, ela merecia muito mais. Tinha o charme da Miss Martinica, com a sua cabeleira Globetrotters, motivo de piadas constante. O Kevin, chinês da organização, brincava: "Talvez ela não precise de travesseiro...". A Miss Armênia, com cara de madrasta de novela mexicana, que sempre vinha conversar e trazer suas teorias da conspiração. Era no mínimo interessante bater papo com ela.

A Miss Phuket, ilha tailandesa representada no MTQI pela primeira vez, era uma 'miss profissional'. Seu guarda-roupa era chamativo, falava mandarim, era muito expressiva. Exótica e muito bonita, chamava a atenção por onde passava. Fiquei feliz com a sua merecida classificação.

Tinha a 'mãe da Barbie', ou a 'Barbie aos 50', a Miss Lituânia. Fazia de tudo para chamar a atenção, como por exemplo, quando jurou não ter dublado uma música da Celine Dion na prova de talentos (isso rendeu...), ou quando atirou os sapatos longe durante o 'Miss Disco', fez uma estrela, e mostrou a minúscula calcinha para 15 mil chineses que ficaram com os olhos bem abertos!

A Miss Uzbequistão era outra que gostava de chamar a atenção de formas bem peculiares. No Miss Bikini, ela chegou na ponta da passarela, fez a sua melhor expressão 'venha me comer', deu três tapas na própria cara com força (!!!!), e assoprou um beijo para o público (mais uma vez chocado, aliás, quem não ficaria). Quando falta beleza, vale tudo para virar notícia...

Por fim, não poderia faltar a russa, a eventual vencedora. Era conhecida entre as candidatas pela sua antipatia e fedor. Isso mesmo, ela não usava desodorante, ou não tomava banho. Achei que fosse fofoca ou maldade feminina, mas nada... A primeira vez que senti ela estava atrás de mim. Achei que fosse o fétido aroma dos chineses fritando escorpião (sério, não tem cheiro mais podre), mas olhei pra trás, e era ela, naquele momento ainda a futura Miss Tourism Queen Ineternational...

Quando a Karine (Noronha) chegou, tentou puxar papo com ela. Recebeu um olhar frio e foi ignorada. Inconformada, Karine, chamou o Fábio Nunes (nosso fotógrafo e amigo) e foi atrás da russa para pedir uma foto. A moça olhou para a nossa miss com cara de nojo, e saiu andando, se recusou a tirar a foto! Talk about 'World Peace'!

Quando ela ganhou, Karine ficou inconformada: "Ela NÃOOOOOOOOO!! Qualquer outra, mas a russa não!!!!". E este foi o "general feeling"...

* A volta foi complicada. Desde a saída de Zhengzhou, foram mais de 48 horas até chegar em casa. Até roupas e mala tivemos que jogar fora para não pagar o absurdo de excesso de bagagem.

No geral, foi mais uma viagem interessante e certamente inesquecível, mas estou feliz por estar de volta. E vamos ver como os chineses se dão com a sua rainha russa. Boa sorte para eles!

Cobertura do Miss Tourism Queen 2009: http://www.globalbeauties.com/tqi/2009/