11- O Dia que eu Morri
Minha irmã tinha seis anos, eu tinha 11. Quando minha mãe chegou comigo e com meu irmão para buscar minha irmã na escola, ele estacionou longe, mas consegui ver quando uma professora foi na sua direção, mãos na boca, lágrimas correndo. Percebi que minha mãe ficou nervosa e começou a correr, sem permitir que a mulher a abraçasse. Então perdi todo mundo de vista. Teria algo acontecido com a minha irmã?
Para sair do carro, meu irmão e eu teríamos que atravessar a rua. Além disso, não quis assustá-lo. Aflito, esperei.
Passaram-se alguns minutos, e lá vinham as duas. Marina chorando e minha mãe com cara de poucos amigos.
O que aconteceu foi: minha irmã teve vontade de chorar, então resolveu inventar que eu morri. O irmão da Marininha morreu afogado. A notícia correu mais rápido que fogo na pequena Guilherme Drummond Villares, e logo amiguinhos, "tias", diretoras, se juntaram ao choro e à "dor" da Marina.
Não houve clima para aula e estavam todas preparadas para receber minha mãe.
Minha mãe entrou no carro furiosa e nos contou: "Henrique, sua irmã te matou nessa manhã. Entro e está toda a escola aos prantos me esperando, com a sua irmãzinha gritando mais que todo mundo! Que vergonha...".
Eu achei engraçado, olhei pra trás, e Marina, com sua carinha cínica que vem desde aquela época, disse já sem chorar: "Pelo menos você não morreu".
Pois é. Quem não viu muita graça foi meu pai. Naquela noite minha irmã levaria sua primeira surra de cinto.
* * * *
11, faltam 11...
Para sair do carro, meu irmão e eu teríamos que atravessar a rua. Além disso, não quis assustá-lo. Aflito, esperei.
Passaram-se alguns minutos, e lá vinham as duas. Marina chorando e minha mãe com cara de poucos amigos.
O que aconteceu foi: minha irmã teve vontade de chorar, então resolveu inventar que eu morri. O irmão da Marininha morreu afogado. A notícia correu mais rápido que fogo na pequena Guilherme Drummond Villares, e logo amiguinhos, "tias", diretoras, se juntaram ao choro e à "dor" da Marina.
Não houve clima para aula e estavam todas preparadas para receber minha mãe.
Minha mãe entrou no carro furiosa e nos contou: "Henrique, sua irmã te matou nessa manhã. Entro e está toda a escola aos prantos me esperando, com a sua irmãzinha gritando mais que todo mundo! Que vergonha...".
Eu achei engraçado, olhei pra trás, e Marina, com sua carinha cínica que vem desde aquela época, disse já sem chorar: "Pelo menos você não morreu".
Pois é. Quem não viu muita graça foi meu pai. Naquela noite minha irmã levaria sua primeira surra de cinto.
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11, faltam 11...
2 Comments:
Eu já estava ficando desesperado no começo da história achando que algo terrível tinha acontecido com sua irmã...rsrs... ainda bem que foi mais uma daquelas histórias que só as mais puras das crianças conseguem deixar engraçadas! Meu primo que estava mais ou menos na mesma idade da sua irmã tb começou a chorar na escola um dia pela morte de nossa avó. Ele chorava desesperado e minha tia foi chamada pra explicar a razão de tê-lo mandado pra escola em tal situação delicada. Ao ser dado os pesâmes a minha tia pela morte de nossa avó, a mesma olhou brava pro meu primo e disse à professora: "Sim, ela morreu mesmo, mas há três anos atrás!".
Pelo menos vc REALMENTE não morreu! Amo vc!
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