* O café-da-manhã turco tem algumas características interessantes. Por exemplo, é muito popular uma geléia de pétalas de rosas (que é bem gostosa). Também servem-se vários tipos de azeitona, chá de maçã (delicioso, se toma a qualquer hora por aqui), além do trivial (pães, iogurte, suco de frutas, café etc).
* No Mercado Egípcio, ou das especiarias, com seus séculos de existência, encontramos todos os tipos de temperos provenientes do oriente. O lugar tem um cheiro incrível, tudo é muito limpo, e não existe o assédio exagerado dos vendedores, muito pelo contrário, são educados e respeitam os clientes. Se chama Mercado Egípcio por ter sido construído com os impostos cobrados no Egito, quando este pertencia ao Grande Império Otomano.
* Há lugares no mundo em que a genética é privilegiada, e a Turquia sem sombra de dúvidas é um desses lugares. As pessoas em geral são muito bonitas, a mistura de raças que gerou o povo turco de hoje, pelo menos no que se refere à população de Istambul, foi muito feliz.
* O passeio de barco pelo Bósforo, faixa (relativamente) estreita de água que separa o ocidente do oriente, é maravilhoso e inesquecível. Nas margens do estreito se vêem mansões (muitas ainda do tempo do Império Otomano), marinas, mesquitas, torres, palácios, monumentos. Fazia frio, mas nada que um delicioso chá de maçã bem quentinho não resolvesse. Fomos até a entrada do Mar Negro e voltamos. Fantástico.
* O Palácio Dolmabahçe impressiona por sua beleza e riquíssima arquitetura. O local mais impressionante dentro do palácio, porém, é o seu "cerimonial hall", sala com pé direito de inacreditáveis 35 metros de altura, com o teto pintado com riqueza de detalhes, dando a impressão de ter dimensões ainda maiores. O Chris, que conhece o Palácio de Versailles, comentou que esta sala é mais impressionante que qualquer uma do palácio francês. É interessante observar na arquitetura do Domabahçe a fusão de características ocidentais e orientais. Aliás, pode-se dizer que assim é Istambul: oriente e ocidente combinados e em perfeita sincronia.
* O vermelho da bandeira da Turquia representa o sangue daqueles que morreram lutando pelo seu país, mas não morreram em vão, já que os turcos acreditam que a nação deles é das poucas a jamais ter sido dominada ou conquistada por outras nações. Kemal, que viria a ser chamado de Ataturk ("pai dos turcos"), primeiro presidente da República da Turquia (a partir de 1923), foi responsável pelo início da modernização do país, pela implementação da democracia e tolerância religiosa. Morreu em 1938, mas nota-se que segue sendo amado, ou melhor, idolatrado pelo seu povo, que fala dele com imenso respeito e admiração. Há um forte sentimento nacionalistas entre os turcos, mas nada exagerado ou que beire a prepotência ou sentimento de superioridade.
* No lado asiático da cidade, subimos ao ponto mais alto de Istambul, o Camlica Hill. Lá almoçamos com o grupo da excursão de ontem (havia gente da Grécia, da Holanda, África do Sul, Alemanha, França e Romênia. Aliás, a senhora romena era muito simpática e interessante), e pudemos apreciar a incrível vista de toda a belíssima Istambul. Todos os restaurantes que vimos no caminho estavam abarrotados de gente, é tradição aos domingos os turcos saírem com a família para o "brunch". A maior parcela da população de Istambul vive no lado asiático da cidade, onde o metro quadrado ainda é bem mais barato.
* Esta é uma cidade que prova que muçulmanos, católicos e judeus podem viver em harmonia e tolerância. Talvez por isso a atmosfera de Istambul seja tão especial.
* O Palácio Topkapi, com seus ornamentos e o incrível tesouro nele exposto, além dos belos jardins e vista incrível, proporciona uma visita ao que era um harem, algo que povoa as fantasias e imaginação de tantos. Há também relíquias, como supostos pedaços do crânio e do braço de São João Batista (verdade ou não, arrepia), além de um berço de ouro (literalmente!). É bastante interessante.
* Quando indagados de onde somos por vendedores de relógios e perfumes nas ruas, respondemos brincando com um país inventado: "Somos de Michúria". Um chegou a dizer: "Ah, belo país, que beleza, já ouvi falar muito dele!". O que as pessoas não fazem para vender!