Blog do Henrique Fontes

Dedico esse espaço a relatos sobre minhas andanças cobrindo e produzindo concursos, outras paixões, como o futebol e o esporte em geral, ou quaisquer outros tópicos que me venham a cabeça. Espero que curta.

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Local: São Paulo, São Paulo, Brazil

17.8.06

A queda vertiginosa do Miss Universo

Não é por ter a licensa do Miss Mundo no Brasil que eu vou torcer pela desgraça do Miss Universo. Muito pelo contrário, acredito que os concursos de beleza já têm pouco espaço na mídia, e falhas graves em um concurso ou no outro acabam comprometendo o interesse pelo adversário tambem.

O Miss Universo não conseguiu uma sede em 2006. Nenum país ou cidade quis desembolsar US$ 10 milhões para receber 85 beldades falando os mais diversos idiomas e desfilando seus trajes típicos e belas formas para todo o planeta (exageradamente falando). Então Los Angeles, sede da NBC, rede de televisão que transmite o evento nos EUA e retransmite para outros países, acabou sendo a solução.

L.A. não desembolsou nem um centavo e o interesse da mídia local foi zero. Me fez lembrar o Miss Universo 1990, realizado nas mesmas circunstâncias. Foi um show sem externas, com poucos patrocinadores e até mesmo um retrocesso na produção. Trajes típicos, desfiles de trajes de noite ao som de um tenor pop (perdoem a minha ignorância, nunca vi, nem me lembro o nome...), vencedora "ochentosa" como definiu um amigo panamenho: ou seja, com toda a pinta de anos 80.

Jurados porto-riquenhos, apresentador porto-riquenho, atração musical porto-riquenha. A vencedora? Acertou, porto-riquenha!

Porto Rico é o único país (na verdade uma possessão norte-americana) onde um fato ocorrido com uma miss, por mais imbecil que seja, ocupa mais espaço na mídia que uma guerra ou até mesmo uma explosão nuclear. Me lembro em 2001, quando estive na ilha e presenciei a vergonhosa vitória da dona da casa, que deixou uma deusa grega cheia de "va-va-voom" em segundo lugar e ergueu a taça (ou a coroa) e fez a festa dos locais. As pessoas gritavam, choravam, balançavam bandeiras. Foi decretado feriado nacional no dia seguinte. Tudo era quase surreal.

Aquela havia sido a quarta Miss Porto Rico a ganhar o título. A recém eleita é a quinta! Somente os EUA tem mais vitórias no Miss Universo: 7. São 12 Misses Universo (de 55) a portarem passaporte americano.

Então, porque Porto Rico novamente? Por que a sede de 2007 já está garantida. Faltou dinheiro para o Miss Universo, a solução é simples: elege-se uma Miss Universo de Porto Rico!

Contam que o vestido que a coitada usou na noite da sua eleição era tão apertado que a Miss desmaiou minutos após ter sido coroada com falta de ar!Tiveram que rasgar a roupa para salvar a vida da nova soberana da beleza.

E quem foram as vítimas desta estranha escolha? A Miss Japão, segunda colocada, franca favorita da platéia e dos fãs em todos os cantos do mundo. Talvez não a mais bela das candidatas, mas certamente a mais encantadora, a mais completa, a mais "diferente". Apostar em uma beleza não convencional talvez tivesse sido muito mais interessante que garantir a sede de 2007.

E a Miss Suíça? A Flavia Alessandra dos Alpes, uma pintura de mulher que exagerou na magreza, mas que esbanjou sensualidade e beleza na passarela. Poderia ter ganho, mas amargou um injusto terceiro lugar.

Em quarto lugar veio a surpreendente e exótica beleza do Paraguai. Uma Luciana Gimenez mais jovem com muito sex appeal e domínio de passarela. Ninguém esperava, mas certamente mereceu a classificação.

O quinto lugar da norte-americana não merece comentários. No lugar dela (e da Porto Rico) mereciam ter entrado Canadá, México, entre outras.

A novidade deste ano foi o número de semifinalistas: 20, ao invés de 15. A tradicional Venezuela mandou uma candidata pra lá de estranha, e amargou sua segunda desclassificação em mais de duas décadas.

Nossa Miss Brasil ficou entre as 20 merecidamente. Chegou onde podia e fez bonito.

Qual o futuro do Miss Universo? Seguir agradando a população hispânica e virtualmente ignorar o resto do mundo? A audiência nos EUA foi das mais baixas da história. No Brasil então, nem se fala: a BAND conseguiu apenas 4 pontos no IBOPE.

Falta inovação, tempero e imparcialidade ao Miss Universo. Anteontem aconteceu o Miss Teen USA, da mesma organização. O formato foi o mesmo, o resultado também foi pífio. Uma pena.

Se continuar assim, em poucos anos será um concurso produzido por algum canal de Porto Rico, México, Venezuela ou Colômbia. Ou então, terminará na televisão a cabo, como ocorreu com o Miss America.

Wake up Mr. Trump, before it´s too late!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Gostei da sua análise. Tuso muito óbvio no final das contas. E se a Zuleyka não desmaiou pelo vestido apertado foi pela cafonice do mesmo. Tamanha que deve a ter sufocado. Quanto a americana, eu gostava. Gostava mais quando ela foi Miss Teen, mas continuo gostando. Na minha opinião, a suíça deveria ter ganho.
E eu gostaria que você expusesse suas sugestões para "tirar o MU do buraco".

E o MM? Quais suas expectativas? E a eleição vai ser baseada em votos populares novamente? Se for, infelizmente, não vale nem a pena acompanhar...

4:16 PM  

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