Morte estúpida na "cidade modelo"

Faz exatamente um ano que me mudei para Curitiba, cidade que me recebeu muito bem e que rapidamente aprendi e a amar. Arborizada com ruas limpas e sem buracos, transporte público eficiente, e ao contrário do que dizem por aí, com pessoas agradáveis e educadas. De fato a cidade pode servir de modelo em muitas áreas para outros grandes centros urbanos no Brasil e em outros países em desenvolvimento, porém, tem defeitos graves que merecem a atenção dos seus governantes.

Regina é a faxineira do prédio onde eu moro. Faz pouco mais de uma semana nasceu seu neto, segundo ela um menino sadio e bonito que encheu a família de alegria. Nos seus primeiros dias de vida o bebê pegou um resfriado que logo se tornou uma pneumonia. Os pais da criança foram até um hospital da rede pública e foram informados que em Curitiba não existia UTI para tratamento da criança. O bebê foi então levado ao hospital do município mais próximo onde poderia ser tratado. A UTI estava lotada e a criança morreu na espera por um leito.

Sinceramente isso é inadmissível. Se até na "cidade modelo" uma família de baixa renda não encontra sequer um leito de hospital para o tratamento de uma criança doente, o que esperar das outras? Cidade e país modelo, na minha concepção, são aqueles que tratam a todos os seus habitantes com igualdade e dignidade. Quem sabe um dia chegaremos lá.